Publicado no livro Poesias (1938). Poema integrante da série Caminho do Céu / Estrada de Jacó. In: GUIMARAENS, Alphonsus de. Obra completa. Organização de Alphonsus de Guimaraens Filho. Introdução de Eduardo Portella. Notas biográficas de João Alphonsus. Rio de Janeiro: J. Aguilar, 1960. p. 306. (Biblioteca luso-brasileira. Série
Hão de chorar por ela os cinamomos, Murchando as flores ao tombar do dia. Dos laranjais hão de cair os pomos, Lembrando-se daquela que os colhia. As estrelas dirão — 'Ai! nada somos, Pois ela se morreu silente e fria.. . E pondo os olhos nela como pomos, Hão de chorar a irmã que lhes sorria. A lua, que lhe foi mãe carinhosa,
Alphonsus de Guimaraens. Hão de chorar por ela os cinamomos, Murchando as flores ao tombar do dia. Dos laranjais hão de cair os pomos, Lembrando-se daquela que os colhia. As estrelas dirão — "Ai! nada somos, Pois ela se morreu silente e fria" E pondo os olhos nela como pomos, Hão de chorar a irmã que lhes sorria. A lua, que lhe foi

“Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!” O céu é todo trevas: o vento uiva. Do relâmpago a cabeleira ruiva Vem açoitar o rosto meu. E a catedral ebúrnea do meu sonho Afunda-se no caos do céu medonho Como um astro que já morreu. E o sino geme em lúgubres responsos: “Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!” Alphonsus de Guimaraens, Obra completa

Alphonsus de Guimaraens. Cantem outros a clara cor virente Do bosque em flor e a luz do dia eterno Envoltos nos clarões fulvos do oriente, Cantem a primavera: eu canto o inverno. Para muitos o imoto céu clemente É um manto de carinho suave e terno: Cantam a vida, e nenhum deles sente Que decantando vai o próprio inferno. Cantem esta Toda branca de luar. E o sino chora em lúgubres responsos: "Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!" O céu e todo trevas: o vento uiva. Do relâmpago a cabeleira ruiva Vem acoitar o rosto meu. A catedral ebúrnea do meu sonho Afunda-se no caos do céu medonho Como um astro que já morreu. E o sino chora em lúgubres responsos: "Pobre Alphonsus A imagem poética em Alphonsus de Guimaraens: espelhamentos e tensões. 2001. Tese (Doutorado em Teoria Literária) Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas.
Pobre Alphonsus!" O astro glorioso segue a eterna estrada. Uma áurea seta lhe cintila em cada. Refulgente raio de luz. A catedral ebúrnea do meu sonho, Onde os meus olhos tão cansados ponho, Recebe a bênção de Jesus. E o sino clama em lúgubres responsos: "Pobre Alphonsus!

Nesta dissertacao, a obra e a vida de um poeta se mesclam e a arte e posta em dialogo com outros saberes culturais. Entra em cena o contexto historico-cultural do Brasil nas decadas de 1940 a 1960, periodo em que Alphonsus de Guimaraens Filho - protagonista neste palco de discussoes - iniciou sua carreira literaria e trabalhou como funcionario publico ao lado do politico Juscelino Kubitschek.

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